Professores: é hora de estudar
O Ministério da Educação anda preocupado com o baixíssimo interesse despertado pelos cursos de licenciatura que planeja oferecer, ainda esse ano, no país inteiro. Compreensível. A ideia é formar aqueles professores que, mesmo que a lei obrigue, ensinam sem ter sequer concluído o ensino superior. Também devem ser contemplados os profissionais que até possuem diploma, mas ele não diz respeito à disciplina que lecionam – detalhe assustador que consta de nada menos do que a metade dos currículos dos professores brasileiros. Pois bem: até esse momento, apenas 3 500 deles se inscreveram nos cursos do MEC. É menos do que 7% do total das 53 000 vagas disponíveis para 2009. Na Bahia, o porcentual de adesão despenca para 2% das vagas. No Piauí e no Maranhão, patina em 1%. Números modestos frente à expectativa do MEC e certamente ínfimos diante da óbvia necessidade dos professores por mais estudo.
Os cursos serão ministrados por 90 universidades, 76 delas públicas, as demais comunitárias. Até 2015, espera-se, 330 000 professores terão passado por um desses cursos. Só aí podem adquirir a formação adequada para a função que já exercem (algo sujeito, evidentemente, à qualidade das aulas que irão receber). Com algum empenho por parte dos professores – a começar pela inscrição gratuita para cursos igualmente gratuitos – quem sabe o Brasil fica em condições mínimas para abandonar, enfim, a zona do péssimo ensino.
Por Monica Weinberg
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